quarta-feira, dezembro 21, 2005

Ficção científica

Kubrick abre a porta para o futuro. Em 1968 produz, escreve e realiza um filme de ficção científica, que ainda hoje é apregoado como “Ainda o melhor de todos os filmes de ficção científica”, como diz Owen Gleiberman (Entertainment Weekly). Embora vencedor de um Óscar, embora possuidor de uma banda sonora clássica e perfeita (que outra música seria capaz de superar o efeito que o Danúbio azul de Strauss II consegue nas imagens espaciais? E que outra música serviria tão perfeitamente, na criação do Homem se não a Alvorecer de “assim falava Zaratustra” de Strauss?), este filme peca pelo prolongamento de certas cenas de pouca acção e sem diálogo que se tornam entediantes e aborrecidas.
O filme põe em causa o avanço tecnológico, que, em 2001 (?), na era espacial, permitia criar computadores tão autónomos e auto-suficientes, com alto risco de nos tornarmos dependentes da máquina. Será fundamental? Seremos capazes de correr esse risco? Talvez o primeiro filme a levantar esta questão, que hoje, alcançou o estatuto de cliché cinematográfico.
É de elogiar a forma como é abordado o ciclo da vida. Dá que pensar, será que no fim, voltamos ao início?

Stanley Kubrick’s2001: A space Odissey” com Keir Dullea e Gary Lockwood.