sexta-feira, dezembro 23, 2005

How did they ever made a movie about "Lolita"?

Guardei para último, aquele que mais curiosidade tinha. E o que consegui com isso foi que, no momento de o ver, as minhas expectativas estavam bem altas. Sinceramente nem sei porque tanta curiosidade, talvez por ser o único filme do Kubrick. Normalmente, quanto maior forem as expectativas, maior a desilusão. Daí o meu receio. Mas, Surpresa das surpresas, em vez de me desiludir, ao ver o filme, vi as minhas expectativas a serem ultrapassadas a grande escala.
“Lolita”, até no nome se revela, um nome “amoroso, lírico e ritmado”.
A história de um escritor que, recém-chegado a Ramsdale, New Hamshire, apaixona-se pela filha da senhoria da casa que alugara. A jovem, linda e precoce, tinha como habitual passatempo seduzir. Mesmo que ela não fizesse propositadamente, a sua beleza e a sua maneira irreverente de ser, não lhe davam outra hipótese. O escritor, de seu nome, Humbert Humbert, arrebatado pela paixão arquitecta um plano. Casa com a mãe de Lolita, conseguindo assim estar sempre perto do seu objecto de obsessão e de inspiração. (Kubrick explora o tema da obsessão sexual, tema esse que reviverá 37 anos mais tarde na sua última obra-prima – Eyes Wide shut).
Em algumas das cenas, surgiu-me à memória, Oscar Wilde. Porquê? Talvez pela semelhança que me parece evidente de ‘O Retrato de Dorian Gray’
Tudo isto brota de um romance homónimo de Vladimir Nabokov, profundamente tocante e dolorosamente cómica.
Só por isto o filme teria sucesso garantido, mas, não se fica só por aqui; juntam-se brilhantes representações dos protagonistas, que, com este filme conseguiram, talvez, o papel das suas vidas, uma banda-sonora, que mais uma vez, parece feita de encomenda. Sem dúvida apaixonante. (Até eu, acho que me apaixonei pela Lolita)
Termina assim a minha saga Kubrick.

James B. Harris & Stanley kubrick’s “Lolita” com James Manson, Shelley Winters, Peter Sellers e Sue Lyon. 1962

Vou passar o Natal fora. Até à vinda. Feliz Natal.

1 Comments:

Blogger Gustavo Jesus said...

Brilhante a interpretação de Peter Sellers no papel de Clare Quincy, revelando uma inusual capacidade de mutação e uma versatilidade espantosa.

3:10 da manhã  

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