terça-feira, dezembro 20, 2005

"O artista é o criador de coisas belas"

“Basil Hallward é aquilo que eu penso de mim; Lord Henry, o que o mundo pensa de mim; Dorian é o que eu gostaria de ser noutra época talvez.”

Do prefácio


Um livro que logo na primeira frase nos contagia e deixa em aberto toda a trama da obra.
Oscar Wilde tem em “O retrato de Dorian Gray” o estatuto de obra-prima.
Um romance sobre a beleza, sobre a perfeição e a tão cobiçada juventude eterna. A obra possui a seu favor uma escrita que, ao passar das páginas nos vai deixando cúmplices e agarrados ao desenrolar da história, chegando mesmo ao ponto de, nos últimos capítulos reduzirmos a velocidade de leitura, pois não queremos que o livro chegue ao fim.
Comigo aconteceu a proeza de, por vezes, ao ler uma frase, interromper a leitura, perdendo-me assim em pensamentos divagados, sem rumo, sem sentido.
Nota negativa, talvez, apenas para a previsibilidade que, ao longo do tempo o leitor já não se surpreende com o desenrolar da história.
Fora este pequeno e ligeiro pormenor, posso dizer que este é sem dúvida um livro que me marca, pela positiva.

Titulo original: The Picture of Dorian Gray, 1891
Autor: Oscar Wild
Tradução e Nota introdutória de Margarida Vale Gato
Relógio D’Água Editores, Abril de 1998