quarta-feira, julho 12, 2006

Galileu


Como foi divulgado por Colibree, o Teatro Aberto apresenta na sua (fantástica) sala azul uma adaptação da peça Galileu do dramaturgo Bertolt Brecht. Esta semana é a última oportunidade para assistirem a uma peça que os amantes de teatro não devem perder. Esta crítica tem como base cinco argumentos que constituem o espectáculo:
O Texto. Bertolt Brecht não teve a felicidade de ver a sua companhia de teatro levar à cena esta peça que é considerada como o seu testamento. Passados 50 anos temos o privilégio de receber este testamento e admirá-lo. E ao longo do tempo em que viajamos nos séculos XVI e XVII apercebemo-nos da importância da História. Pessoalmente, eu apercebo-me mais de como ela me foi mal contada. O dramaturgo alemão, feliz na sua escrita, dá-nos uma breve lição sobre a confrontação da descoberta da verdade e os valores enraizados numa sociedade.
A encenação. É da responsabilidade de João Lourenço. Sendo o sucesso do mesmo. Seguindo o seu estilo de potencializar recursos (palco rotativo, projecção de videos gravados e filmados em directo, roupas e cenários de época, aproveitamento do enorme tamanho do palco,...) o encenador português cria todas as condições para que o testamento se torne na referida lição. De salientar ainda, a brilhante escolha do elenco.
O Rui Mendes. Interpreta a personagem principal, Galileu Galilei. Rui Mendes é um dos melhores actores dos nossos palcos. A aliança entre a capacidade de se tornar numa personagem histórica e a marca na mesma de um cunho pessoal do actor é perfeita. Digna do melhor discípulo do mestre Constantin Stanislavsky.
O Afonso Pimentel. Interpreta a personagem secundária, Andrea. Este actor é conhecido do grande público pela sua frequente presença em séries televisivas e filmes. Onde demonstra que tem valor. Mas para mim, o verdadeiro teste é o teatro. E Afonso Pimentel supera todas as expectativas. Destaque para o crescimento evidente que a sua personagem sofre e que o actor acompanha com distinção.
O restante elenco. Com nomes sonantes como Irene Cruz, António Cordeiro ou Pedro Giestas. Com nomes emergentes como Carla Chambel, Rui Melo. Este elenco gera no espectáculo uma consistência fundamental para ser admirado.

1 Comments:

Blogger Ensaio said...

Esta peça estará outra vez em cena no Teatro Aberto a partir do dia 13 de Outubro de 2006 numa curta série de representações

1:37 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home